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Endogamia e suas Anomalias Genéticas

Olá amigos!

Mais uma vez, trago um assunto de grande interesse, especialmente para os criadores de curiós e bicudos. No entanto, ressalto a importância de procurarem um especialista para tratar desse tema, uma vez que erros nesse quesito podem levar várias gerações para serem corrigidos.

Neste artigo, nosso objetivo é introduzir o leitor a essa complexa questão. Primeiramente, definiremos alguns termos essenciais. Homozigose refere-se à presença de duas cópias do mesmo alelo em um loco gênico, enquanto heterozigose ocorre quando há alelos diferentes no mesmo loco gênico. Fenótipo é a forma como o genótipo se manifesta, influenciado pelo ambiente, e genótipo é a combinação de alelos presentes naquele loco gênico.

A primeira preocupação abordada é a manutenção da variabilidade genética na população, crucial para a sobrevivência, pois a homozigose pode expressar características antes inibidas pela heterozigose. A segunda preocupação é a endogamia, cruzamento de indivíduos com alto grau de consanguinidade, eliminando heterozigoses e favorecendo homozigoses. A terceira é o cuidado com cruzamentos entre populações muito diferentes, podendo causar prejuízos semelhantes à endogamia.

Mas como isso se relaciona à criação de aves com objetivos específicos? A escolha cuidadosa das matrizes e um sistema sólido para a escolha e reprodução das aves são essenciais. Populações em cativeiro representam apenas amostras de populações naturais, perdendo parte da diversidade genética presente na natureza.

Se o objetivo for fixar alguma característica específica, é possível cruzar indivíduos parecidos ou consanguíneos, sempre considerando o objetivo e a metodologia utilizada.

Anomalias genéticas podem ser hereditárias ou congênitas. A primeira ocorre geneticamente, passada para a próxima geração, enquanto a segunda é causada por alterações na fisiologia da matriz ou na qualidade do esperma utilizado. Recentemente, um dos veterinários da equipe Birds & Cia/NIAAS foi chamado para examinar o que parecia ser um tumor próximo ao olho esquerdo de um curió. Durante o exame, descobriu-se que era, na verdade, um “olho extra”. Embora incomum em animais adultos, essa condição não interferia na saúde do animal, sendo deixada como estava.

Anomalias congênitas são pouco estudadas em aves, mas mais evidentes em ruminantes. Um exemplo é a ciclopia em bovinos, onde o animal possui apenas um olho, ou a anoftalmia, onde pode não haver olhos. Existem também casos de braquignatismo e prognatismo, onde a mandíbula ou maxila podem nascer mais curtas, respectivamente. No caso das aves, as ocorrências mais comuns incluem angulações incorretas no bico, dedos a menos ou a mais, dedos unidos e até mesmo ausência de asas.

Concluindo, é fundamental procurar um profissional especializado para evitar erros que podem comprometer toda uma temporada de criação. Avaliar a existência de condições hereditárias é crucial para o sucesso do processo. Este texto foi elaborado pelo Dr. Ivai Albuquerque, membro do Consultório Birds & Cia/NIAAS, o único que funciona 24h no Rio de Janeiro para Aves e Animais Silvestres.

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